domingo, 4 de setembro de 2011

September...


E no meu caminho de pedras, mais um tropeço, mais um inverno quente e setembrino...ventos quentes estes que me trouxeram acima de tudo esperança..conhecendo alguém que parece se esconder atrás de uma muralha invisível que mesmo quando repousa ao meu lado não sei dizer o que sente o que pensa..conhecendo alguém através de palavras jogadas levianamente, conhecendo alguém que também já escreveu de coração partido, conhecendo alguém que me confunde, seduz e com displicência compra sua passagem e sai da minha vida, volta pro seu mundo, mundo este onde sequer existirei, mas quem sabe, talvez... por bondade do destino com o cair das folhas e o passar das estações os mesmos ventos me tragam ele de volta..afinal, quem foi que disse que paixões só podem ser escritas em sonetos? Pequenos parágrafos e alguns versos breves não desmerecem nem diminuem a importância e delicadeza destes doces momentos que escrevo à pena e tinta antes de mais nada dentro de mim...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Wasting Love..

Sei que por vezes em meus textos me mostro um tanto intimista e até dramática...mas do que então são feitos os grandes romances, as grandes paixões e os grandes amores senão de muita intimidade e uma boa dose de drama?!

Sempre achei relacionamentos uma temática de extrema complexidade principalmente quando se trata de se exprimir através da escrita. Quando se vive um amor, uma paixão ou mesmo um relacionamento usa-se gestos ao invés de palavras e para a grande maioria expressar-se assim é mais natural...foi mais ou menos assim que comecei, mas vi que em determinado ponto somente os gestos não conseguiam expressar tudo que eu sentia foi então que as palavras foram tomando forma na minha cabeça.

Ultimamente tenho me questionado muito, quase diariamente graças ao ócio das minhas férias...venho me perguntado..porque nem sempre só o amor é suficiente? Na minha humilde opinião amor inclui várias outras palavrinhas mágicas tais como fidelidade, companheirismo, cumplicidade, carinho, afinidade física e intelectual. É dificílimo encontrar alguém com quem se queira partilhar a vida, sabe, aquela coisa que parece estar meio fora de moda, casamento, filhos, envelhecer juntos vai ver eu sou uma das remanescentes dessa espécie com sonhos um tanto quanto provincianos...
Ta certo! Encontramos a pessoa 'certa' (não gosto deste termo, mas usarei por falta de outro melhor) e agora..vocês se apaixonam, trocam juras de amor eterno, vivem momentos maravilhosos, fazem planos, e de repente talvez sem aviso o RELACIONAMENTO acaba..
no meu caso, recente por sinal o relacionamento acabou mas de uma forma bastante abstrata..continuamos conversando todos os dias, vez ou outra trocamos juras de amor, mas sempre mantendo certa distância, é confuso!
Então mais uma vez me questiono...só amor é suficiente? passa-se por cima do orgulho por amor?!



E viva o dia do Rock! \w/

terça-feira, 12 de julho de 2011

Noites de um verão qualquer




Naquele momento em que nos beijávamos pela primeira vez e com tanto entusiasmo, eu sentia que cada terminação nervosa do meu corpo ardia ao menor toque dele,
uma sensação completamente nova até então. Seus lábios quentes e macios entre os meus, vez ou outra me faziam ofegar, ele era mais do que eu teria sequer imaginado. Era surpreendente encontrar alguém assim, que correspondia plenamente às minhas expectativas, mais surpreendente era tê-lo encontrado tão inesperadamente.
Enquando nos beijávamos embalados por solos de guitarra, eu desejava intimamente que nossos corpos se tornassem apenas um, na realidade era difícil determinar onde eu terminava e ele começava de tão grudados que estávamos, sentia que de alguma forma ele era parte de mim, em suma a personificação dos meus desejos de mulher.
Em tão pouco tempo, criamos um laço frágil porém intenso, com o passar dos dias parte de mim era tomada de temor, eu sabia que ao final das férias ele iria embora levando consigo apenas a vaga lembrança de mais um verão, eu o perderia talvez para sempre, mas era inegável que de uma maneira tola e quase infantil eu fatalmente me apaixonara por ele.

Carmim - Parte I



Ela tinha as unhas pintadas de vermelho vivo, como as garras do diabo, que naquele momento combinava com perfeição com sua expressão pálida, fria e fixa.
Era visível que ela estava destruída por dentro, consumira altas doses de álcool em absoluto silêncio naquela noite..a boate estava abarrotada de jovens sedentos por alguma aventura sexual, era perceptível a agitação dos hormônios. Ela por outro lado, encarava quase sem sutileza alguma, um certo rapaz do lado oposto ao seu..ele estava cercado de amigos e mulheres e sorria efusivamente, era evidente que aquele era um lugar onde ele se sentia de fato à vontade..por um segundo que ela quase pensou ter imaginado, ele a tinha olhado de soslaio, ainda com os olhos fixos nele deu outro longo gole em seu Martini tentando absorver toda aquela situação..Discretamente, de maneira quase imperceptível, um jovem alto, bonito, bem vestido e bastante descontraído se aproximou, acompanhando o olhar dela com curiosidade, compreendendo então a razão de tantos drinks seguidos pedidos por ela ao garçom. Se colocando entre ela e sua momentânea fixação, sorriu tomando sua mão convidando-a para uma dança. Ela, ignorou-o por alguns segundos aparentemente absorta em algum de seus muitos pensamentos naquele momento, ele beijou sua mão com suavidade trazendo-a de volta ao lugar onde ela supostamente deveria estar. Ela fitou os olhos do jovem com intensidade se perguntando se não seria outro de seus muitos momentos de total estupidez. Concluindo que não havia nada mais para ser perdido naquela noite, pousou suavemente sua taça sob a mesa, e Fez o que sabia fazer melhor... fingir. Estampou um encantador sorriso em seus lábios cor de carmim e flutuou nos braços do desconhecido.
Era impossível contar naquele momento em quantos pedaços seu coração se partira na noite passada. Ela acordara ofegante, mais uma vez vítima de seus pesadelos, mas a realidade que a aguardava não seria muito melhor do que a sua seleta coleção de peças pregadas pelo seu subconsciente .
Laura se sentou na beira da cama com o rosto entre suas mãos, sentia o sol lamber seu corpo, fazendo o suor escorrer por suas costas e entre seus seios. Seus pulsos recém cicatrizados, latejavam como um lembrete de uma de suas muitas crises existenciais . Ela sabia que no mundo existiam problemas maiores que os seus, pessoas em maiores dificuldades, mas a desgraça alheia nunca lhe serviu de consolo. Laura juntou toda coragem que conseguiu reunir e pôs-se de pé. Foi em direção ao banheiro, mal conseguindo se encarar no espelho iniciou seu ritual matinal, enquanto escovava seus dentes lutava bravamente pra manter sua mente completamente vazia.

É difícil esperar...esperar o telefone tocar, esperar tudo melhorar, é ela -a espera- que faz tudo se tornar pior, aumenta a agônia, a expectativa e consequentemente a dúvida.
Laura percorrera sua agenda telefônica duas vezes em busca de alguém que pudesse distraí-la, inutilmente.
Eram quase 11 horas da manhã de sábado, Laura vítima de mais uma noite de bebedeira sentia sua cabeça doer irritantemente...desceu as escadas e a julgar pelo silêncio absoluto da casa, ela estava sozinha. Se não fosse por sua cabeça pulsando, ela sorriria diante deste fato...Foi até o armário onde sabia que encontraria a solução para este efeito colateral da noite anterior, um poderoso analgésico. O telefone toca e Laura se sobressalta, sua mão avisa que ela terá que se virar com o almoço pois cobrirá o plantão de uma médica vítima de intoxicação alimentar. De todo modo, ela não sentia fome, Laura tomou seu banho e ligou seu computador contemplando o teto do quarto enquanto este inicializava. Checou seu e-mail na esperança de que talvez "Ele" a procurasse, mas nada havia, assim como não havia nenhuma nova mensagem dele em seu celular, o mau humor era agora quase uma constante....


CONTINUA

domingo, 2 de maio de 2010

Closer....


Ele era alto, corpo forte esculpido pelo suor dos exercícios que praticava diariamente, sua auto estima parecia inabalável, era impossível saber o que passava na sua cabeça naquele momento. Enquanto eu tagarelava sobre mim tentando preencher o silêncio, que denunciava nossa incompatibilidade de universos, ele por outro lado dirigia com simplicidade, e vez ou outra me estudava pelo canto dos olhos..toda vez que eu notava essa sutil curiosidade minha ansiedade crescia exponencialmente...era evidente que eu não era digna de estar ao seu lado, ali, de ter sua atenção ..éramos fisicamente opostos, ele mais parecia com uma escultura renascentista rica em detalhes, de simetria quase perfeita, e eu, bom... e eu mais parecia uma pintura à dedo de uma criança do pré primário..era intimidador...e quando ele sorria eu mordia os meus lábios com violência tentando disfarçar todo o desconserto que aquele simples gesto me causava. Eu fatalmente perderia o controle em algum momento.
Minha concentração no que ele estava falando oscilava entre a conversa em si e o meu visível nervosismo,minhas mãos suavam. No fim das contas eu não podia culpá-lo por ser tão indesejavelmente encantador, nem sequer me queixar das suas aventuras amorosas e farras regadas à bebida e mulheres, ele tinha o dom de fazer qualquer mulher feliz...ainda que só por uma noite.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

BLUSH




E foi naquele momento, enquanto eu acariciava seu rosto malicioso próximo ao meu e tinha o seu corpo suado contra o meu , que pude sentir aquela sensação inquietante, de perigo, confusão, excitação que a muito não sentia.

Era estranha a intensidade no olhar dele, eu confiava mas sabia que não podia, que não deveria...eu fugia da fugacidade dos seus olhos e do vazio que aos poucos me tomava passeando meu olhar e mãos pelos traços fortes e perfeitos do corpo dele...as veias dos seus braços eram tão grossas e masculinas como todo o resto – acredite quando eu digo que não superestimo sua anatomia – não sei se foi pelo tempo que estive sem alguém, ou se pela afinidade física e intelectual , mas tudo que eu queria naquele momento era me jogar naqueles braços e dormir sobre seu peito, na certeza de que estaria segura e aquecida. Sim, o corpo dele quente como brasa no meu corpo, quase sempre frio. Acho que sempre me entreguei apaixonadamente a todos os momentos que vivi, mas a paixão é uma companhia infiel...te faz desejar, as vezes fantasiar com um final feliz, mas internamente em algum lugar de si você sabe que aquilo – para ele – não vai passar disso, de um momento. Não, eu não estou falando de amor, eu falo de paixão, de compatibilidade, de um sentimento fugaz. Para mim, não existe amor enquanto o objeto de afeto não corresponde a esse sentimento, mas fui surpreendida pela sua conversa e simpatia . Ele era tão interessante que simplesmente me surpreendeu encontra-lo ali, mas eu desejava também seu coração, mas isso eu sabia que não teria, eu não era digna e ele o tipo de homem que não se prende. É consolador porém, saber que antes dele houveram outros e depois, certamente haverá pessoas dignas de parte do meu afeto e admiração...vendo bem, acho que nunca me entreguei completamente a alguém, e não acredito que um dia acontecerá...não acho sensato.No final, sempre nos magoamos de alguma maneira.

Não sei se me considero uma mulher carente ou não, mas o fato é que busco na noite e nos homens a reciprocidade desse amor, alguém que eu possa dedicar tempo, paixão, compreensão, carinho e receber tudo isso de volta. Uma vez uma amiga falou “Não me falta homem, me falta amor.”