quarta-feira, 5 de agosto de 2009

BLUSH




E foi naquele momento, enquanto eu acariciava seu rosto malicioso próximo ao meu e tinha o seu corpo suado contra o meu , que pude sentir aquela sensação inquietante, de perigo, confusão, excitação que a muito não sentia.

Era estranha a intensidade no olhar dele, eu confiava mas sabia que não podia, que não deveria...eu fugia da fugacidade dos seus olhos e do vazio que aos poucos me tomava passeando meu olhar e mãos pelos traços fortes e perfeitos do corpo dele...as veias dos seus braços eram tão grossas e masculinas como todo o resto – acredite quando eu digo que não superestimo sua anatomia – não sei se foi pelo tempo que estive sem alguém, ou se pela afinidade física e intelectual , mas tudo que eu queria naquele momento era me jogar naqueles braços e dormir sobre seu peito, na certeza de que estaria segura e aquecida. Sim, o corpo dele quente como brasa no meu corpo, quase sempre frio. Acho que sempre me entreguei apaixonadamente a todos os momentos que vivi, mas a paixão é uma companhia infiel...te faz desejar, as vezes fantasiar com um final feliz, mas internamente em algum lugar de si você sabe que aquilo – para ele – não vai passar disso, de um momento. Não, eu não estou falando de amor, eu falo de paixão, de compatibilidade, de um sentimento fugaz. Para mim, não existe amor enquanto o objeto de afeto não corresponde a esse sentimento, mas fui surpreendida pela sua conversa e simpatia . Ele era tão interessante que simplesmente me surpreendeu encontra-lo ali, mas eu desejava também seu coração, mas isso eu sabia que não teria, eu não era digna e ele o tipo de homem que não se prende. É consolador porém, saber que antes dele houveram outros e depois, certamente haverá pessoas dignas de parte do meu afeto e admiração...vendo bem, acho que nunca me entreguei completamente a alguém, e não acredito que um dia acontecerá...não acho sensato.No final, sempre nos magoamos de alguma maneira.

Não sei se me considero uma mulher carente ou não, mas o fato é que busco na noite e nos homens a reciprocidade desse amor, alguém que eu possa dedicar tempo, paixão, compreensão, carinho e receber tudo isso de volta. Uma vez uma amiga falou “Não me falta homem, me falta amor.”